FACECO: Plano Estratégico e Operacional de Valorização do Rio Mira

A Câmara Municipal de Odemira, distrito de Beja, está a preparar uma estratégia para valorizar o rio Mira e, entre outros, o seu aproveitamento turístico, potenciando aspectos arqueológicos, geológicos e biológicos do plano de água que liga o interior do concelho ao litoral.

A Câmara Municipal de Odemira quer que o Plano Estratégico e Operacional de Valorização do Rio Mira esteja concluído até ao final do ano. O objectivo foi traçado pelo presidente da autarquia alentejana, José Alberto Guerreiro, na sessão de apresentação do plano realizada hoje, 22 de Julho, na FACECO – Feira de Actividades Culturais e Económicas do Concelho de Odemira, onde foi feito o enquadramento preliminar do documento.

José Alberto Guerreiro salientou que o plano pretende “valorizar tudo o que está em redor do rio Mira, elemento biofísico fundamental e nevrálgico do concelho”, adiantando que “não é por acaso que Odemira tem o seu destino marcado pelo nome de Mira”.

“O Mira em termos históricos proporciona grande parte do desenvolvimento do concelho, dá riqueza e identidade”, disse ainda o edil alentejano, acrescentando que “podemos alvejar um futuro mais ambicioso, moderno e risonho”.

José Alberto Guerreiro frisou que o plano pode candidatar-se a fundos comunitários do actual quadro comunitário Portugal 2020 e o próximo, lembrando que os fundos sobre investimentos híbridos ainda “tem muitos milhões disponíveis”.

“O rio Mira é o menos poluído da Europa e o que almeja ter um futuro melhor”, concluiu o presidente da autarquia de Odemira.

Embora esteja ainda em “preparação” o referido Plano, a estratégia inclui “algumas componentes” de investimento que já estão “em implementação”. É o caso da criação de estruturas da primeira praia fluvial criada pelo município na barragem de Santa Clara, que inclui sanitários e estacionamento, e que este ano hasteou a Bandeira Azul.

Outro exemplo são os trabalhos de desassoreamento da foz do rio, em Vila Nova de Milfontes, com reposição de areia na praia da Franquia, uma empreitada que está a decorrer, promovida pela sociedade Polis Litoral Sudoeste.

“Há um conjunto de propostas de investimento que, de uma forma articulada, têm por base dois grandes aspetos, a utilização do recurso, mas ao mesmo tempo a sua preservação e inclusivamente a sua valorização e, se possível, o reforço das condições ambientais”, destacou José Alberto Guerreiro.

O planeamento estratégico, pensado a “médio prazo”, procura ainda facilitar o enquadramento de candidaturas de projetos de investimento a fundos comunitários, e pretende também criar condições de atração para “investimentos privados”.

“Os investimentos públicos estão associados a este plano, além de alguns investimentos privados, designadamente junto à foz do rio e também em Santa Clara e em Odemira”, adiantou o autarca, que exemplificou com a “melhoria de elementos de apoio”, como “as condições de atracagem no cais da Casa Branca” e também na vila de Odemira.

Embora a estratégia agora em preparação seja resultado de “um trabalho que começou em 2010”, só recentemente “ganhou mais consistência”, após terem sido “ultrapassadas várias dificuldades de articulação com entidades do Estado” com jurisdição no território abrangido.

“A proposta tem elementos que estão fundamentados, não só no plano estratégico da barragem, como nos planos de ordenamento, no Plano da Bacia do Mira, e também no Plano de Ordenamento da Orla Costeira e no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e da Costa Vicentina”, especificou.

O rio Mira nasce na Serra do Caldeirão e serpenteia por mais de 100 Km, no sentido sul/norte, entre montes e planícies alentejanos, entrando no concelho de Odemira pelo interior, na barragem de Santa Clara, até se encontrar com o mar, em Vila Nova de Milfontes.