Entrevista a Jorge Corrula, actor e embaixador do Alentejo: “O principal potencial do Alentejo são as pessoas”

Jorge Corrula, actor e embaixador do Alentejo, esteve presente da inauguração da PIMEL – Feira do Turismo e das Actividades Económicas, em Alcácer do Sal. Com um novo projecto na SIC, a novela “Amor Maior” a estrear em Setembro, falou da importância destes certames que promovem os produtos regionais.

Setúbal Mais – Como encarou este convite para participar na inauguração da PIMEL?

Jorge Corrula – É sempre uma grande honra estar presente nas iniciativas da Entidade Regional de Turismo da Região do Alentejo. Divulgar e ajudar a dinamizar regionalmente a economia nacional, os nossos produtos regionais, a nossa cultura e gastronomia é a única forma que temos de sobreviver no mundo global. A acrescentar a tudo isto, estão as minhas ligações familiares e emocionais ao Alentejo, a minha família é toda alentejana, de Alter do Chão. Nasci em Lisboa mas ainda vivi e tive a minha educação secundária no Alentejo. Faço a minha vida em Lisboa mas sinto que sou alentejano, pelo que é um grande motivo de orgulho estar aqui. Espero que a PIMEL seja um grande sucesso para os novos agentes económicos, agricultores e empreendedores, que pretendem furar este mercado europeu, que a todos nos restringe no modo de pensar e de vender os nossos produtos. Sou uma pessoa preocupada com o que gira à nossa volta, não só com o meu trabalho de actor, porque percebo que se não tiver trabalho isso advém do estado da economia nacional. Espero estar cá no próximo ano para divulgar novamente a PIMEL. A minha função aqui é apoiar os agentes económicos e a cultura.

S.M. – Já conhecia Alcácer do Sal?

J.C. – Não, só de passagem.

S.M. – Foi dos primeiros embaixadores do Alentejo?

J.C. – Sim, há quatro anos. No início éramos quatro ou cinco no máximo que divulgávamos a cultura do Alentejo. Agora optou-se por uma política de maior proximidade e de maior divulgação e, por isso, faz sentido termos embaixadores com ligações ao Alentejo, que é o meu caso. Só assim as coisas fazem sentido.

S.M. – É habitual vir para a região do Alentejo?

J.C. – É frequente. Recentemente, por questões de gosto, afectivas, de próprio conhecimento, fiz uma viagem de carro durante uma semana pela região do Alto Alentejo e Monsaraz. Posteriormente há-de calhar Alcácer do Sal. O Alentejo é uma zona muito rica e vasta e são necessários muitos dias e semanas para a conhecer completamente.

S.M. – Como embaixador, o que pode fazer, para divulgar o Alentejo a nível nacional?

J.C. – O principal potencial do Alentejo são as pessoas. Há pouco tempo foi publicado um livro, que esteve muito na berra, a falar do Alentejo e, curiosamente, isso chamou a atenção para as principais características e valores alentejanos e para aquilo que não está nesse livro e que é dominador comum na população, a questão solidária, de luta, com perseverança, e identifico-me muito com esses valores. Sou apenas uma gota a tentar fazer essa divulgação, porque tenho esse trabalho de estar próximo dos agentes de comunicação social. Como embaixador do Alentejo já estive presente em algumas iniciativas, como a Ovibeja, feiras importantes gastronómicas e culturais espalhadas por esta região.

S.M. – Projectos profissionais?

J.C. – Vou participar na nova novela da SIC “Amor Maior”, que está a investir em força na ficção nacional. Estive quatro anos na TVI e agora outros quatro anos na RTP e na SIC, trabalho onde me convidarem, com todo gosto.