Desenvolvimento turístico em Grândola: Investimentos de 300 milhões nos próximos anos

O presidente da Câmara Municipal de Grândola, António Figueira Mendes, revelou ao “Setúbal Mais” que estão previstos 300 milhões de investimento em projectos turísticos nos próximos anos no concelho.
“Neste momento, temos aqui dois tipos de investimento no turismo, um no mundo rural, com um grande conjunto de projectos de muita qualidade, de 4 e 5 estrelas, o que não era habitual, maioritariamente de investidores portugueses, e depois outro conjunto de empreendimentos na península de Tróia de grande dimensão”, afirmou António Figueira Mendes.
O edil alentejano destaca os investimentos previstos nas UNOP’s (Unidade Operativa de Planeamento) 3, do Clube Med, dos chineses da Fosun, e na 7, 8 e 9, do grupo Rosp, de Sandra Ortega, herdeira da Zara, a mulher mais rica de Espanha.

Na UNOP 3, com 101 hectares, junto ao Tróia Golf, e nos terrenos do antigo parque de campismo, vai erguer-se o projecto de desenvolvimento turístico do Club Med, prevendo-se a construção de um novo hotel resort de cinco estrelas até 600 camas virado para a praia.
“O Club Med vai trazer para Portugal um novo tipo e oferta, um hotel de 5 estrelas, estando o processo concluído, havendo apenas problemas com a questão da proximidade da praia, mas está praticamente resolvido com a APA (Agência Portuguesa do Ambiente) e a Câmara Municipal de Grândola”, disse o autarca, num investimento global que pode atingir os 100 milhões de euros.
Na UNOP 7, 8 e 9, com 333 hectares, junto a Soltróia, o grupo espanhol que celebrou o contrato de promessa de compra e venda com a Sonae Capital no final de 2016, prevê a construção de um novo campo de golfe virado para o Sado (mais tarde), e mais 3.300 novas camas turísticas viradas para o mar, mas deverá edificar menos, num investimento global de 50 milhões de euros.
“Estão a reformular o projecto de loteamento no sentido de baixar a densidade e neste momento está praticamente concluída essa parte”, disse António Figueira Mendes.
“Temos ainda outro projecto que se encontrava parado há muito tempo, o da Costa Terra, que está a ultimar as negociações com um fundo americano, tivemos uma reunião recentemente, e creio que as obras da infraestruturas, que já estavam a ser um passivo ambiental, serão retomadas dentro de um ano a ano e meio”, afirmou o edil. Trata-se de um projecto, com 200 hectares, na freguesia de Melides, parado desde 2007, que prevê um campo de golfe e hotéis.
“Estamos a falar de algumas centenas de milhões de euros, talvez mais de 300 de milhões, na área do turismo puro, para além de outro investimento imobiliário”, frisa António Figueira Mendes.
Estes projectos em curso vão transformar o concelho. “Dentro de dois a três anos, altera-se completamente o paradigma do desenvolvimento económico no concelho de Grândola”, salienta o autarca, alertando para o problema da falta de mão-de-obra.
“Temos de ter gente para trabalhar nesses empreendimentos que vão ser construídos e neste momento não temos gente suficiente no Litoral Alentejano para os postos de trabalho a criar”, alerta o edil, adiantando que “os investidores procuram projectos, nomeadamente no turismo rural, que não sejam apenas sazonais, no sentido de rentabilizá-los, e aqui a nossa grande vantagem é que as pessoas estão no campo mas a 10 ou 15 minutos da praia”.
“Estamos a ultimar um protocolo com o Instituto Politécnico de Setúbal no sentido de ter em Grândola três cursos de formação intermédia tanto para o turismo como para a aeronáutica (Investimento da fábrica da Lauak)”, que funcionarão no Centro de Emprego e Formação Profissional, adianta o autarca.
Em relação à Herdade da Comporta na parte turística, António Figueira Mendes, está à espera de reunir com os responsáveis. “Sei que há um ou dois interessados, e dentro de poucos meses haverá solução para a parte turística”, concluiu o edil.