Carros da Autoeuropa começam a ser escoados já este fim-de-semana


A AutoEuropa anunciou que vai começar a escoar os 20 mil automóveis retidos já este fim de semana graças ao fim da greve dos estivadores no porto de Setúbal em resultado do acordo alcançado hoje entre as partes.

“Com o fim da greve as condições da força de trabalho estão garantidas. O início do escoamento dos carros só depende da chegada dos barcos a Setúbal”, avança a Operestiva.

O acordo foi assinado na presença de ministra, que enalteceu “maturidade” das duas partes. 

Os estivadores chegaram a acordo com os operadores portuários para a integração de 56 trabalhadores no porto de Setúbal. 

“É uma solução em que todos ganham, em que só existem vitoriosos”, disse a ministra, na conferência de imprensa em que esteve acompanhada de representantes dos operadores portuários e dos estivadores. Para Ana Paula Vitorino, o acordo vai permitir a “eliminação da precariedade incompreensível e com conceitos ultrapassados” e também “permitir retomar a rota de crescimento do porto” de Setúbal.

Referindo que foi uma “honra” ter tido a função de “mediar” as negociações, a ministra do Mar enalteceu a “maturidade, empenho e o sentido de responsabilidade de ambas as partes”. E, ao contrário do que chegou a ser noticiado, a ministra Ana Paula Vitorino referiu que “não foi sequer equacionado” o cenário de uma requisição civil para ser retomado trabalho no Porto de Setúbal.

O acordo já foi aprovado pelos trabalhadores eventuais que se recusavam a apresentar-se ao trabalho desde o dia 5 Novembro.

Desde o dia 5 de novembro que os estivadores do porto de Setúbal estavam em greve, como protesto contra a situação precária em que se encontram. De acordo com os sindicatos da estiva, actualmente 93 trabalhadores são contratados ao turno e sem vínculo, ou seja, apenas sabem na véspera se vão trabalhar ou não.

A Operestiva — Empresa de Trabalho Portuário de Setúbal e a Yilport Setúbal (Sadoport) tentaram resolver parte do problema ao oferecer um contrato de trabalho individual sem termo a 30 dos 93 trabalhadores em causa, mas a maioria reivindicou um contrato coletivo negociado entre o Sindicato dos Estivadores e os operadores portuários, não tendo sido possível chegar a acordo.

Quando a greve começou a afetar o escoamento da produção de várias empresas — especialmente da Autoeuropa — foi feita uma reunião entre o Ministério do Mar, os estivadores e 13 entidades para tentar resolver a situação. Tudo parecia estar bem encaminhado para existir acordo, tendo a Operativa colocado em cima da mesa a proposta de contratar 56 trabalhadores em vez dos 30 que foram sugeridos inicialmente caso os estivadores terminassem a greve.