BlueBiz recebe seminário sobre investimento e competitividade

Dar a conhecer o BlueBiz – Parque Empresarial da Península de Setúbal e abordar a importância do investimento e da competividade foram os principais objectivos do seminário que reuniu várias entidades e empresários em Setúbal.

 Florindo Cardoso

O secretário de Estado da Inovação, Investimento e Competitividade, Pedro Pereira Gonçalves defende que “temos de trabalhar para tornar o país mais competitivo para o investimento nacional e estrangeiro” porque é “determinante para o nosso crescimento económico”. Esta posição foi defendida na sessão de abertura do seminário “Investimento e Competitividade” promovido pela Aicep Global Parques, no passado dia 16 de Setembro, no auditório do Centro de Negócios BlueBiz, situado nas antigas instalações da fábrica da Renault, em Vale da Rosa, Setúbal. O encontro contou ainda com as presenças do presidente da Comissão Executiva da Aicep Global Parques, Francisco Mendes Palma, de vários empresários e da presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira.

Para Pedro Pereira Gonçalves é “preciso criar mais riqueza e isso torna o investimento privado necessário”. O secretário de estado deu nota de cinco áreas, onde o governo já interveio mas que será preciso mais acção na próxima legislatura como a capitalização das empresas porque é “fundamental Portugal e as empresas terem acesso a fundos de capital, nomeadamente para investimentos a longo prazo”, dando como exemplo a reforma do IRC e a criação do Banco do Fomento que poderá ser em finais deste ano ou em 2016 “um instrumento que fará diferença no acesso a fundos comunitários”.

A segunda área destacada pelo responsável será a redução do endividamento que é “excessivo nas nossas empresas”. O terceiro aspecto é o “Portugal 2020”, um dos “instrumentos importantes no apoio ao investimento, que foi lançado no final do ano passado e com 9 meses de implementação tem já propostas de investimento de 6.500 empresas de valor superior a 3.6 mil milhões de euros, dos quais 900 milhões de euros em projectos foram aprovados, representando incentivos na ordem dos 500 milhões de euros. Portugal é o único país da União Europeia com todos os sistemas de incentivos para empresas abertos” disse.

A quarta área enunciada por Pedro Pereira Gonçalves é o novo código fiscal de investimento para as empresas publicado no início de 2015 que “aumentou os incentivos fiscais para quem investe, passando de 20 para 25 por cento a utilizar durante 10 anos” dando o exemplo de criação de postos de trabalho”. Por último, o governante alertou para os problemas dos custos de contexto que afectam as empresas, com várias entidades a darem pareceres para o mesmo projecto. “Já vi projectos com 15 ou 20 pareces individuais e só por milagre é que estão de acordo porque estão a avaliar do ponto de vista individual e não global, é um processo completamente errado” frisou o governante.

O secretário de Estado convidou as empresas a investirem em Setúbal. “Depois da fase de consolidação orçamental chegou a hora de investir. O financiamento é mais fácil” defendendo as “localizações como o BlueBiz, onde as empresas podem aproveitar sinergias e potenciar as mesmas”.

Por sua vez, o presidente da Comissão Executiva da aicep Global Parques, Francisco Mendes Palma em declarações ao Jornal Setúbal Mais explicou que a realização deste seminário teve como objectivos principais de dar a conhecer esta infraestrutura, atrair mais investimentos e ouvir as perspectivas das empresas instaladas de outras interessadas, no sentido de serem “embaixadoras do parque”. “A Global Parques e o BlueBiz é uma infraestrutura que está aqui na península de Setúbal mas pouco conhecida, há um problema de notoriedade incluindo da própria comunidade empresarial de Setúbal” afirmou o responsável adiantando que o parque “está preparado para receber todo o tipo de investimento”.

Já a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira anunciou a intenção de se instalar em Setúbal um Parque de Ciência e Tecnologia, “cujo principal objectivo seria o fomento da capacidade de inovação e internacionalização da base empresarial da região”.

Casos de empresas de sucesso

Empresários investem em Setúbal

Neste seminário foi dada a oportunidade a vários empresários para explicar o papel das suas empresas, os investimentos feitos e a escolha da localização de Setúbal.

Armando Gomes, director-geral da Lauak Portuguesa, empresa instalada no parque, e também em representação da AISET – Associação da Indústria da Península de Setúbal, disse que “hoje existem mais apoios e mais recursos humanos qualificados e oferta de formação em relação à altura em que chegou a Portugal” acrescentando que “ a Lauak contou sempre com o apoio da Aicep Portugal Global e da Aicep Global Parques no seu processo de localização”. “As perspectivas são boas para a Lauak dado que o mercado da aviação civil precisa de 38000 aviões até 2035, o que representa uma grande oportunidade para a Lauak e para o país se apostar no sector aeronáutico” disse.

Por sua vez, Paulo Iglésias, plant manager da Visteon, afirmou que a empresa está em Portugal desde 1989, contando com 930 colaboradores, sendo o maior cliente é a Ford. Destacou a inauguração do novo centro de competências com 150 engenheiros e centro de desenvolvimento já com 70 pessoas e que vai continuar a crescer. “Novos projectos futuros estão a dar sustentabilidade à fábrica. Jovens que estão actualmente no secundário e universidades serão os futuros trabalhadores da Visteon”, referiu Paulo Iglésias.

Já Rui Rosa, director-geral da Vitas Portugal, do grupo francês Roullier, também instalada no parque, com uma unidade industrial de produção de fertilizantes sólidos e de produção de alimentos minerais para animais e uma parte de armazenamento, a escolha do BlueBiz deveu-se à sua centralidade, acessibilidades, proximidade ao porto de Setúbal.

Por sua vez o director-geral da Mectop, David Gomes, empresa de metalomecânica de precisão que se dedica ao sector automóvel, também aqui instalada referiu que “de todas as soluções avaliadas, o BlueBiz foi o que ofereceu a melhor relação custo-qualidade”.