Arrábida candidata-se a Reserva da Biosfera: Processo deve ser entregue em Setembro de 2017 ou 2018

A valorização do património natural e o reconhecimento internacional são os principais objectivos da candidatura da Arrábida a Reserva da Biosfera, que será entregue à Unesco em Setembro de 2017 ou 2018.

 A candidatura da serra da Arrábida a Reserva da Biosfera vai ser entregue à Organização das Nações Unidades para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) em Setembro de 2017 ou 2018. O processo de candidatura foi apresentado publicamente na passada semana, num encontro em Setúbal em que se revelaram os principais objectivos do projecto.

“Há um consenso muito alargado sobre a necessidade de valorizar, preservar e promover este território da Arrábida, o seu património natural e cultural, e de lhe dar um reconhecimento internacional que permita potenciar aquilo que são as suas características”, considera João Afonso Luz, coordenador técnico da Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS) para a candidatura da serra da Arrábida a Reserva da Biosfera. Esta candidatura “visa compatibilizar este património que existe com a actividade humana”, acrescentou João Afonso Luz.

A candidatura surge no âmbito de um mecanismo da UNESCO criado em 1970 – o Programa “Homem e a Biosfera”-, destinado a organizar em rede um conjunto de territórios, as Reservas da Biosfera, ecossistemas distintos que se pretende preservar e desenvolver de forma sustentável nos planos económico, social, cultural e ambiental.

Em 2009, a Comissão Executiva da Arrábida que, além da AMRS, integra o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e os municípios de Palmela, Sesimbra e Setúbal, já tinha apresentado uma candidatura da Arrábida a Património Mundial, que não mereceu a aprovação da UNESCO. Face ao insucesso da candidatura apresentada há sete anos, a Comissão Executiva da Arrábida decidiu agora avançar com preparação da nova candidatura, que, segundo João Afonso Luz, “deverá ser formalizada junto da UNESCO em Setembro de 2017 ou em Setembro de 2018”.

Na cerimónia de apresentação da candidatura, liderada pela AMRS – Associação de Municípios da Região de Setúbal, em parceria com os municípios de Setúbal, Palmela e Sesimbra e o ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, foi formalizada a parceria através da assinatura de protocolos de colaboração.

“Queremos dar à Serra da Arrábida um estatuto de maior dignidade e respeito, o que, naturalmente, no traz, a todos, enquanto autarcas e cidadãos, responsabilidades acrescidas”, sublinhou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira.

“A candidatura tem desde já uma vantagem. O trabalho exaustivo já realizado é um excelente ponto de partida”, sublinhou o presidente da Câmara Municipal de Palmela, Álvaro Amaro. “Mas há um desafio a superar neste caminho. Esta não é uma candidatura das câmaras municipais, mas das populações que nelas vivem, de toda a comunidade. Por isso, é importante o envolvimento activo de todos neste processo”, adiantou.

A vice-presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Felícia Costa, sublinhou que aquele município “corrobora deste desígnio de valorizar todo o território da Arrábida, não só pelos seus valores naturais, mas também culturais”.

O presidente do conselho directivo da AMRS, Rui Garcia, salientou que “a riqueza ambiental deste território é amplamente demonstrada pela presença de duas reservas naturais”. Rui Garcia acrescentou que “o presente obriga a encontrar rumos de desenvolvimento sustentável e duradouro”, pelo que, reforçou, “esta candidatura, mais do que pretender juntar prémios e galardões, como se de um concurso de beleza se tratasse, tem o objectivo de garantir um desenvolvimento sustentável para a região”.

Por sua vez, a presidente do conselho directivo do ICNF, Paula Sarmento, garante estar “absolutamente convencida do sucesso. É uma candidatura vencedora”.